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Foto do escritorAmanda Wolmeister

Diagnóstico de doenças neurológicas



A Medicina Veterinária vem avançando cada vez mais no diagnóstico de doenças neurológicas. Por isso, hoje temos maior conhecimento sobre doenças que antes ou não eram diagnosticadas ou eram incomuns, por falta de diagnóstico.


Assim como na medicina, é um fato que tumores não são mais exclusivos de animais idosos. Temos observado a ocorrência de tumores de SNC (sistema nervoso central) em animais adultos, de 6 a 8 anos de idade, por exemplo. Algumas raças, como Buldogues, Boxer, Retrievers e Rottweiler são predispostas.


Também é um fato que os animais ocupam um espaço importante na vida das pessoas e, por essa proximidade, cuidado e observação, pequenas alterações são prontamente percebidas, auxiliando no diagnóstico precoce.


Se o seu cão ou gato iniciar com sinais como convulsões, andar compulsivo, sonolência, incoordenação, fraqueza dos membros posteriores, ou outras alterações similares, procure um neurologista, pois pode não ser apenas uma doença “de idade”. Procurar um atendimento especializado para o correto diagnóstico e tratamento precoce pode fazer a diferença.


Abaixo seguem imagens de ressonância magnética de pacientes, cujas alterações são sugestivas de neoplasias. Contudo, o diagnóstico definitivo da lesão é realizado apenas com biópsia e análise histopatológica.


 

Caso 1: Canina, Buldogue francês, 8 anos.



Sinais clínicos: crises epilépticas e ataxia proprioceptiva

Figura a: corte transversal

Figura b: corte sagital

Figura c: corte dorsal: sequências ponderadas em T2, evidenciando neoformação em lobo frontal esquerdo

Figura d: na sequência T1 pós contraste, observa-se área de hipointensidade com ausência de captação de contraste em lobo frontal esquerdo, correspondente às sequências anteriores, sugerindo neoplasia


 

Caso 2: Canina, SRD, 6 anos.


Sinais clínicos: crises epilépticas

Figura a: corte dorsal

Figura b: corte transversal: sequências ponderadas em T2, evidenciando alteração expansiva em lobo temporoparietal esquerdo, causando edema e efeito de massa

Figura c e d: sequências ponderadas em T1 pós contraste, revelando a neoformação com acentuada captação de contraste, lise óssea e acometimento de musculatura temporal adjacente, sugerindo neoplasia, possivelmente meningioma ou sarcoma de caráter agressivo


 

Caso 3: Canino, Buldogue francês, 7 anos.


Sinais clínicos: crises epilépticas.

Figura a: corte sagital

Figura b: corte dorsal

Figura c: corte transversal: sequências ponderadas em T2, mostrando lesão expansiva intra-axial em lobo frontal direito causando efeito de massa.

Figura d e e: nas sequências ponderadas em T1 pós contraste, observa-se a alteração captando contraste em anel entremeadas por áreas de hipossinal, sugerindo neoplasia. A captação de contraste na periferia da lesão (“em anel”) sugere gliomas, tendo os abscessos como diagnóstico diferencial. Embora raros, ocorrem.


 

Caso 4: Canino, Poodle, 14 anos.


Sinais clínicos: andar em círculos, vocalização, head pressing, crise epiléptica, tetraparesia.

Figura a: corte sagital

Figura b: corte dorsal: as sequências ponderadas em T2 evidenciam alteração em região de bulbo olfatório e lobo frontal esquerdo com áreas de hiperintensidade entremeadas por áreas isointensas causando efeito de massa.

Figura c: corte transversal: sequência ponderada em T1 pós contraste, revela neoformação com acentuado realce pós contraste, sugerindo neoplasia. A captação homogênea de contraste e a íntima relação com a superfície meníngea indica o meningioma como o principal diagnóstico diferencial. Ocasionalmente, vemos a mesma imagem com o carcinoma sinonasal.


 


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